Este navio efectuou a sua primeira escala em Lisboa em virtude do seu reposicionamento do Mar Báltico para o Mar Mediterrâneo.
O DELPHIN VOYAGER (GT=21.884/LOA=174/D=7,5) foi construído no Japão para a Japan Cruise Line como ORIENT VENUS o que se traduziu num navio com um interior minimalista e bastante ergonómico. O navio apresenta-se em excelente estado de conservação mais parecendo que tem 17 meses e não 17 anos. É mais uma prova de que os japoneses quando assim o entendem sabem construir com muita qualidade. Embora não seja um navio particularmente bonito visto do exterior, o seu interior é um dos mais interessantes e mais bem cuidados que já observei.
Possui dois hélices de passo variável propulsionados por duas máquinas independentes e um hélice de proa bastante eficiente. Embora a maré já estivesse a encher entendi que seria mais seguro atracar o navio por BB (com a água na popa) em virtude dos reduzidos vinte metros de distância a que iria ficar do navio de passageiros BLACK WATCH já atracado no Terminal de Passageiros da Rocha. A manobra decorreu bastante bem também devido à excelente cooperação do Comandante que, ao contrário da maioria dos Comandantes de navios de passageiros, acatou abertamente todas as indicações fornecidas pelo Piloto.
6 comentários:
E eu que estava posicionado no Tejo para a manobra ao contrário, vou ter de esperar por nova oportunidade para fotografar decentemente este navio...
que passou uns anos na Grécia em operação de rejuvenescimento...
LMC
Mea culpa, mas é melhor perder a oportunidade do que ter a oportunidade de fotografar dois navios "espetados" de frente...
Na minha modesta opinião é mais seguro atracar e largar os navios na EM Rocha por BB independentemente da maré, no entanto muitos navios atracam por EB por esta ou outra razão o que não é perigoso, é apenas menos seguro...
Caro Sr. Piloto de Barra Nuno Martins, primeiro que tudo parabéns pelo blog e pelas fotos..
É possivel o sr. me explicar o motivo de ser menos seguro atracar à meia volta na EMR?! Tem algum motivo especial?
Tinha ouvido falar que se deve atracar sempre aproado a força da maré...
Já agora, existe alguma zona do Porto de Lisboa onde existam correntes que afectem de um modo anormal as manobras de navios? se sim, quais?!
Continue com este bom trabalho..
Abraço
N.Macedo
Caro N.Macedo,
Obrigado pelo comentário.
A direcção da corrente é apenas um dos vários factores que deve ser tomado em consideração aquando da escolha do bordo de atracção do navio - esta questão só se coloca se comercialmente não existir a obrigatoriedade de atracar por um determinado bordo!
Quando expressei a minha modesta opinião (LER O DISCLAIMER SFF) de que entendo ser mais seguro atracar a generalidade dos navios de passageiros na EMR por BB tal deve-se principalmente ao facto de ser uma manobra com uma escapatória mais fácil pois se algo correr menos bem e for necessário abortar a manobra existe mais espaço disponível para montante do que para jusante dada a proximidade da "testa" do cais da Liscont.
A maioria dos navios de passageiros que escala o Porto de Lisboa possui excelentes equipamentos auxiliares de manobra o que torna as manobras "com a água na popa" menos complicadas do que o normal. No entanto os Pilotos de Lisboa estão muito habituados a manobrar navios convencionais com a corrente na popa com é o caso de todos os navios com gruas a BB que são obrigados a atracar por EB a qualquer hora do dia.
Todo o estuário do Tejo está sujeito às correntes de maré e às correntes de descarga do rio.
As manobras de navios no Tejo são influenciadas por este factor que é bastante importante mas não é o único a levar em consideração.
Todas as manobras são diferentes, não existem duas iguais, pode tratar-se do mesmo navio no mesmo local mas existem sempre factores que se alteram e que obrigam o Piloto à permanente análise de todas as condições para poder aconselhar o Comandante do navio da forma mais correcta possível.
Obrigado pelo esclarecimento caro NMC.
Já agora é possivel me indicar quais sao os outros factores a ter em conta em relacao a manobra de um navio?
Para a escolha do bordo de atracação e para a realização da manobra em segurança são vários os factores a levar em conta, nomeadamente as características físicas do navio, os meios de propulsão e governo, os meios auxiliares de manobra, a localização e morfologia do cais, as condições meteorológicas e de maré, etc...
Como já afirmei, todas as manobras são diferentes o que obriga o Piloto a uma constante análise e reflexão de forma a bem aconselhar os Comandantes dos navios.
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